Simone Emmanuel analisa comportamento na era digital.
Em
tempos de pandemia, falar sobre o excesso de informação, o uso excessivo das
redes sociais e o sentimento de solidão que acompanha os jovens já seria um tema
super atual. Mas o que a psicóloga Simone Emanuel não sabia, era que seu estudo
sobre a Geração Z (nascidos após 1995 – a era da internet) iniciados há dois
anos, iria render um livro tão atual, que mais parece ter sido escrito no início
da quarentena.
A
publicação que estará disponível a partir do dia 12 de agosto, no formato
digital (e-book), no site da Amazon, apresenta insights que revelam não só o
comportamento dos que já nasceram usufruindo da internet em suas vidas -
mas, também, fala de temas e sentimentos que todos nós parecemos estar
mergulhados neste novo normal, como solidão, cultura do cancelamento e vaidade
nas redes.
A
chamada geração Z nasceu junto com os computadores. Desde pequenos já foram
familiarizados com o modus operandi dos meios digitais e puderam acompanhar
toda modernização dos aparatos eletrônicos. Mas apesar de toda a facilidade e
exposição nas redes, em meio à gama de recursos comunicativos a que tem acesso
à geração Z, à solidão, paradoxalmente ao que se poderia esperar, é um
sentimento que se apresenta com alta frequência entre esses jovens digitais. “Alguns estudos sugerem, curiosamente, que a
geração Z vive uma epidemia de solidão, em que pese a amplitude de
possibilidades de comunicação e entretenimento oferecidos pelo mundo
tecnológico”, afirma Simone.
Em
meio ao cenário atual em que estamos vivendo, a importância do estudo da
solidão é fundamental para o ser humano, pois a dependência da internet ou,
consequentemente, das redes sociais, pode ser um meio de fuga utilizada pelo
indivíduo para lidar com o sentimento de solidão, advindo do formato da
sociedade atual, com contatos presenciais cada vez mais raros. “O sentimento de solidão não diz respeito
somente à falta de companhia ou isolamento, mas também à condição do ser humano
sentir-se só mesmo acompanhado”, afirma.
Outro
assunto abordado por Simone é o uso abusivo das redes, uma doença da era
digital chamada nomofobia. A nomofobia significa a fobia de estar
impossibilitado de utilizar dispositivos tecnológicos. Os principais sintomas
nomofóbicos são: angústia, ansiedade e nervosismo. A nomofobia está geralmente
relacionada com comorbidades secundárias de outros transtornos:
ansiedade; fobia social; síndrome do pânico; e transtorno obsessivo compulsivo
(TOC). O exagero do uso das redes também traz um excesso de vaidade, muitas
vezes prejudicial.
“A necessidade de aprovação de
terceiros, de expor a imagem perfeita, de ser reconhecido pelo próximo, de
mostrar felicidade constante faz com que a vida nas redes sociais se afaste
cada vez mais da realidade”, afirma Simone.
Os
exageros relacionados à conectividade se mostram tão presentes que a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), possui, dentro do Instituto de
Psiquiatria, um Laboratório de estudos sobre o tema, o chamado Instituto
DELETE. Esse grupo oferece tratamento a pessoas que apresentam ou sofrem com
distúrbios relacionados ao uso digital, onde oferecem a possibilidade de um
“DETOX” digital.
Exageros
à parte, essa geração é um retrato do nosso futuro. São os futuros pais,
empresários, professores, políticos e basicamente quem vai ditar o mundo daqui
uns anos. Para onde estamos indo? Quais mudanças acontecerão? Quais paradigmas
serão quebrados?
“Eles também não se prendem às
fronteiras geográficas, possuem amigos e relacionamentos em todo lugar. São
consumistas, mas preferem experiências, como conhecer um lugar novo, a gastar
com roupas e itens supérfluos. A Geração Z busca um mundo melhor, se preocupa
com sustentabilidade, alimentação orgânica e veganismo” - completa
Simone. Falando assim, parece até que eles já sabiam o que estava por
vir.
Geração Z
Pré
venda na Amazon.com;
R$
15,90;
O
título estará disponível em 12 de agosto de 2020.
Texto:
Renata Oliveira.
Fotos:
Divulgação.