Na aventura, os animais são os heróis que ajudam a
apagar o fogo da instituição científica mais antiga do país.
No
momento em que vem à tona o plano de transformar o Paço de São Cristóvão num
centro turístico, despejando de lá o Museu Nacional, o livro “Incêndio no
Museu” traz um sopro de esperança ao caminhar no sentido oposto da destruição.
O novo título da autora Isa Colli mostra às crianças a valorização daquele
espaço tão importante, que um dia abrigou a família imperial e foi atingido por
um trágico incêndio em 2018.
Na
história infantil, os bichos do jardim zoológico são os heróis que ajudam os
bombeiros a apagar o fogo do local. Ficção e realidade se misturam num enredo recheado
de conhecimento e aventura em busca da preservação do centro de pesquisa mais
antigo do país.
Uma
das cenas marcantes do livro é o resgate do crânio de Luzia, o fóssil mais
antigo das Américas. Na ficção, a bicharada também consegue salvar o meteorito
Bendegó, que na vida real foi encontrado intacto depois do incêndio.
Liderados
pelo macaco Lincon, os animais dão exemplo de heroísmo ao encarar as chamas
para recuperar outras peças arqueológicas e relíquias do acervo.
Para
Isa, nada trará de volta o que as chamas consumiram naquele dia, mas ela conta
que esta obra é oportuna para falar sobre a prevenção do nosso patrimônio.
“Esse incêndio me marcou muito. Vivi
muitos anos no Rio e lembro com carinho das tardes em que passei naquele lugar
maravilhoso. Atualmente moro na Bélgica e quando vi no noticiário aquelas
chamas, chorei compulsivamente. Um tempo depois, veio a inspiração para o livro
e desde então almejei mostrar às crianças que não tiveram a oportunidade de
conhecer o museu, um pouco das riquezas daquele local e, ao mesmo tempo,
alertar que precisamos cuidar dos nossos bens culturais”, conta Isa.
Texto: Alex Ferraz.
Fotos: Divulgação.