Obra descreve a experiência da autora com questões
ligadas à transgeneridade, pelo olhar clínico e humano.

A
psicossomatista Dra. Vanessa Jaccoud lançará o livro "Transgeneridade: um
caso de transcendência", volume I da Coleção Casos Clínicos, pela Cartola
Editora, no dia 17 de dezembro, em formato impresso e e-book, onde descreve sua
experiência com olhar clínico e etéreo sobre a alma humana e suas múltiplas
facetas. A autora é membro certificada da WPATH (Associação Profissional
Mundial para Saúde Transgênero) e também possui Certificação em Excelência
Avançada em Saúde para Transgêneros pela Harvard Medical School, além de outras
titulações e especializações, no Brasil e no exterior.
Todo
o percurso entre os muitos atendimentos da pessoa, desde sua chegada até a
transição de gênero, frente à família, vão além do consultório, sendo uma
costura inteligente e empática, traduzida em mais do que um caso clínico, mas
mostrando de forma acolhedora a convivência, a redescoberta e mesclas de
pessoas reais. Vidas, histórias, sentidos, encontros e saberes tem papel
fundamental na história.
A
Transgeneridade é apresentada além da materialidade da ciência, mas sem o
abandono dos saberes intelectuais, pautada pela experiência clínica e humana da
autora, embasada por Carl G. Jung, fundador da psicologia analítica, trazendo
referências e contribuições importantes nessa conexão ocidente e a
espiritualidade do oriente, conceitos muito citados no livro.
A
obra retrata assuntos muitas vezes ignorados no contexto social, fazendo com
que a narrativa seja uma possível alavanca para a contribuição instrutiva desta
história incrível de pessoas sendo pessoas na contemporaneidade.

Os
aspectos mais abordados, como medo, luto, vergonha, amor próprio e alianças
familiares, são trazidos de forma iluminada, para nos fazer entender que
estamos passando por uma existência, onde a validação do si mesmo é a única
coisa com a qual devemos buscar, para conquistarmos todas as outras e estarmos
aptos à arena do nosso viver.
Dra.
Vanessa Jaccoud é a fundadora e presidente da Associação TRANquilaMENTE, criada
para atender indivíduos transgêneros e suas famílias, com uma equipe formada
por psicólogos, psiquiatra e todos os profissionais necessários ao melhor
atendimento de cada caso.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou esse entendimento em seu guia que
serve de referência para estatísticas e diagnósticos médicos: ser transgênero -
em geral, ter uma identidade de gênero que não corresponde ao seu sexo
atribuído ao nascer - não é doença. Considera-se na verdade a condição de ser
“trans” muito mais complexa na teoria, bem como na prática.
Além
de outros impactos ligados à questão da transgeneridade, existem problemas mais
evidentes como a não aceitação na sociedade, dificuldades na hora de conseguir
um emprego, conquistar a redesignação sexual, mudança para o nome social, além
de tanta discriminação e preconceitos, os quais não faltam desde o início do
percurso de transição até a fase de maturação da transição em si. Existem ainda
outros obstáculos mais graves, que influenciam o fator psicológico. Tudo é
delicado e complexo nesta área do humano.
Por:
Clilton Paz.
Fonte:
Paula Ramagem.
Fotos:
Divulgação\ Foto Vanessa Jaccoud (crédito Najla Martins).