Ator Átila Bee é o primeiro ator da Baixada a ser indicado ao Prêmio Grande Otelo 2025

 

Foto: divulgação.

Cria de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, o ator Átila Bee foi indicado, pela Academia Brasileira de Cinema, ao Prêmio Grande Otelo 2025 como melhor ator, pela sua interpretação da personagem Tibira, no longa-metragem Malu. Com 27 anos de trajetória artística, Átila é o primeiro ator da Baixada a ser indicado ao prêmio, em 23 anos de história.

O artista tem vasta cinematografia, que incluem quase 20 curtas metragens e o longa documentário “Rio, Negro”, com participações em festivais por todo o mundo, além de Malu, que estreou em Sundance, venceu o Festival do Rio 2024 e acaba de chegar ao streaming.

“Essa indicação já é um grande prêmio. É a confirmação de que fiz escolhas acertadas e trabalhei com muito respeito por tantos caminhos que passei. Caminhos que não foram fáceis, mas de aprendizados valiosos. É muito importante para mim estar ali, junto de tantos colegas que admiro”, celebra.

Ele também reforça a importância da indicação para a cena artística da Baixada Fluminense. “São décadas construindo muita coisa juntos, então se eu chego nesse lugar, a culpa é muito da Baixada também. As coisas estão mudando aos poucos. Veja só, somos 4 atores pretos na categoria coadjuvante. E nem é um festival exclusivamente de cinema negro hein”, analisa.

Neste ano, a cerimônia acontece no dia 30 de julho, na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Academia e Canal Brasil. O prêmio celebra os destaques do audiovisual nacional e o tema deste ano é “o cinema brasileiro no mundo”.

Ao todo, serão entregues 30 prêmios: 29 definidos por um júri formado por profissionais associados à Academia e um escolhido pelo público — o Grande Otelo de Melhor Filme pelo Júri Popular, que será decidido por votação aberta no site da Academia. Foram mais de 2 mil profissionais inscritos nas diferentes categorias. São 185 longas-metragens, 90 séries brasileiras, 62 curtas e 8 filmes ibero-americanos na disputa.

“Viver o Tibira é um presente. Ele é muito cheio de significados. É um artista multifacetado. Tem muito respeito pelo ofício. E vai vivendo de todas as possibilidades que seu próprio talento permite. Ele sabe que a arte é tecnologia ancestral. Não por acaso, Flávio da Silva escolhe o nome Tibira, como um nome artístico de guerra, de batalha, em homenagem ao indígena que foi a primeira vítima de homofobia que se tem registro no Brasil, em 1614. Tibira do Maranhão”, afirma Átila Bee.

 

Por: Clilton Paz.

Fonte: Angélica Zago.