
A transição da carreira técnica para a liderança é
uma das mais desafiadoras dentro das organizações.
Especialistas apontam que o problema não é falta de
conhecimento, e sim de preparo para lidar com pessoas.
A
transição da carreira técnica para a liderança é uma das mais desafiadoras
dentro das organizações. Especialistas apontam que o problema não é falta de
conhecimento, e sim de preparo para lidar com pessoas.
Ser
promovido a um cargo de liderança ainda é, para muitos profissionais, o
principal sinal de crescimento na carreira. E isso é especialmente verdade para
quem atua em áreas técnicas, como engenharia, tecnologia ou finanças. O
problema é que, muitas vezes, essa transição acontece sem preparo algum — e os
resultados são desastrosos.
De
acordo com a consultoria Gartner, 85% dos profissionais que assumem cargos de
gestão nunca passaram por um treinamento formal de liderança. Já a Gallup
estima que 82% das empresas escolhem o líder errado para cargos de gestão.
“A promoção tende a vir como
reconhecimento técnico, mas liderar exige muito mais que saber fazer bem. É
preciso saber escutar, traduzir, inspirar. E isso ninguém ensina no curso
técnico”,
afirma um especialista em desenvolvimento de lideranças e cultura corporativa.
De
técnico a líder: o que falta nessa ponte?
Entre
os principais pontos de ruptura, estão a dificuldade de comunicação entre
áreas, a resistência em delegar e o pouco preparo para desenvolver outras
pessoas.
Segundo
especialistas, três movimentos podem apoiar essa mudança de papel:
1. Traduzir competência técnica em
impacto de negócio.
Ao
invés de termos técnicos e códigos, o novo líder precisa explicar seus projetos
em termos de valor: o que resolve, como resolve e o que isso muda nos
resultados.
2. Mentorar com intenção, não apenas
responder.
É
comum que o profissional técnico vire uma referência informal na equipe. Quando
assume uma liderança, precisa transformar esse conhecimento em momentos de aprendizado:
fazer perguntas, estimular reflexão e apoiar o crescimento do time.
3. Criar ambientes seguros para errar e
aprender.
O
Google identificou, em seu famoso Projeto Aristotle, que a principal
característica de times de alta performance é a segurança psicológica — um
ambiente onde as pessoas sentem que podem falar, errar e tentar novamente.
“Essa segurança não se constrói sozinha.
É preciso que o líder tenha escuta, autoconsciência e uma base emocional forte
— habilidades que raramente são desenvolvidas por quem vem de formações muito
técnicas”.
O papel das
empresas e do RH.
A
responsabilidade por essa transição bem-sucedida não é apenas do profissional.
Empresas que valorizam a liderança técnica precisam oferecer trilhas de
desenvolvimento específicas, mentorias estruturadas e ambientes de aprendizado
contínuo.
Por
outro lado, é fundamental que o próprio profissional reconheça essa nova etapa
como um novo desafio — e não apenas como um cargo a ser ocupado.
O
tema tem sido debatido com frequência por profissionais da área de RH e
liderança. Recentemente, uma edição da newsletter Horizontes trouxe provocações
e reflexões sobre esse cenário, incluindo dados de mercado e dicas práticas
para quem está passando por essa virada na carreira.
A
newsletter é escrita por Carlos Augusto Rodrigues, especialista em
desenvolvimento humano e organizacional. Ele compartilha conteúdos sobre
cultura, educação corporativa e inclusão, com foco em práticas aplicáveis e
linguagem acessível.
Por:
Clilton Paz.
Fonte:
Carlos Rodrigues.